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Destino Perigoso
Para as mulheres pobres,ele é o ilusório caminho para a vida de cinderela,e para as crianças vulneráveis,parece ser a unica maneira de sobreviver.Mas,na verdade,o turismo sexual é um problema complexo,resultado da desigualdade social de exploração.
Com a realização de dois megaeventos esportivos no curto intervalo de dois anos,o olhar do mundo está como numca sobre o Brasil.Por causa disso,o país tem sido destino certo para os amantes do futebol e do esporte em geral.O  problema  que milhares de turistas não aterrissaram em terra tupiniquins interessados apenas em nossos monumentos,história,belezas naturais ou talento com a bola.Muitos vêm atrás de turismo sexual.o objetivo desta matéria  é alertar sobre o funcionamento dessa industria e estimular você a denunciar o a enfraquecer esse sistema.
Visibilidade - O interesse da opinião publica pelo problema é resultado de açõs governamentais,da visibilidade do tema na mídia e da contribuição de estudos mais abrangentes sobre o assunto.Um dos levantamentos que ajudaram a abrir os olhos dos governantes e da sociedade foi a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres,Crianças e Adolescentes Para Fins de Exploraç0po Sexual Comercial - Pestraf,de 2002.
Entre outros dados,o estudo mostrou que o Brasil tinha 241 rotas de exploração,sendo 131 internacionais,78 interestaduais e 32 intermunicipais.O principal destino no exterior para o envio de mulheres e adolescentes era a Espanha,seguido por Holanda,Venezuela,Itália e Portugal.
A pesquisa também mostrou o perfil das mulheres aliciadas.Geralmente são afrodescendentes,de classes populares,tem baixa excolaridade,vivem nas periferias das metrópoles ou em cidades pobres do interior.Muitas dessas crianças e adolescentes,entre 7 e 14 anos,já sofreram algum tipo de violência,dentro da família ou fora dela.As menores tendem a ser exploradas no "mercado" brasileiro,ao passo que as da faixa da maioridade acabam indo para o exterior.
Se,por uma lado,o negócio de exportação de sexo se mostra "aquecido" e bem articulado,por outro,o retrato da prostituição infantil dentro das fronteiras do Brasil não é menos preocupante.O levantamento feito pela Universidade Federal de brasília e Secretaria Nacional de Direitos Humanos revelou que,entre 2005 e 2010,a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes ocorreu em 2.930 dos 5.561 municípios brasileiros.
Rota do Prazer - Dados so Minstério do Turismo,de 2004,apontam que dos 1.514 destinos turísticos brasileiros,398 têm esquemas de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.Esses numeros colocam a Brasil e a América Latina,além do sudeste asiático,como os principais roteiros escolhidos por turistas que pagam pela fantasia de uma relação com nativas supostamente exóticas e sexualmente mais disponíveis.
O problema é que,além de toda a degradação moral e social associada a qualquer tipo de prostituição,o turismo sexual apresenta forte ligação com o crime organizado,o tráfico de pessoas e a exploração de crianças e adolescentes.
Essa industira se aproveita dos bolsões de pobreza do país e da visão historicamente distorcida sobre os brasileiros.Lamentavelmente,até a década de 1980,essa percepção foi reforçada pela própria propaganda governamental,que vendia imagem de um país de praias paradisíacas,mulheres sensuais e cultura acolhedora.
Propaganda Enganosa - Segundo a pesquisadora Luciene Rosseto Ferreira,esse discurso caiu em desuso nas propagandas oficiais,mas a publicidade produzida por empresas privadas ainda se utiliza desse rótulo sobre a mulher brasielria.para el,até a descrição dos locais,como praias virgens,é sensualizada.Luciene analisa o fenômeno com base em sua tese doutoral em que estudou o turismo sexual em Florianópolis,capital que,no verão,recebe muitos argentinos.
Uma das ações governamentais que pretendem coibir essa distorção da imagem nacional é a fiscalização.Em 2011,o Ministério do Turismo identificou 1.770 págimas virutais que usavam marcas e logotipos de programas turístico do Brasil vinculadoa à pornografia e prostituição.Dos sites notificados,1.100 atenderam ao pedido do órgão e retiraram ou corrigiram o conteudo.
Mas,além da impossibilidade de se controlar todo o conteudo postado na Web,as inciativas oficiais enfrentam outro desafio.Para optar por um discurso coerente,teríamos que abrir mão de vinclar o Brasil ao Carnaval na propaganda internacional,um dos nossos principais atratitvos turísticos.Mas tocar nisso seria mexer no bolso de quem lucra com dinheiro,audiência e popularidade com nossa maior festa popular.
O principal problema em engatizar o lado sensual da cultura brasileira como isca turística  compometer toda a reputação de um povo.É o que defende a pesquisadora Cassiana Gabrielli.Ela explica que,quando o estrangeiro vem para o Brasil já com uma visão negativa da nossa sociedade e acaba se relacionando apenas com prostitutas ou com garotas dispostas ao sexo livre,é reforçada a percepção negativa dele.De certa maneira,as pessoas com as quais ele teve contato se tornam representantes da nação,e o turismo "gringo" acaba julgando o todo pela parte.
Explorador e explorado - Mas nenhuma industria ilegal se mantém e cresce apoiada apenas em propaganda enganosa.É preciso que ela se aproveite de lacunas,e esse é o caso do negócio chamado turismo sexual.Segundo especialistas,ele tem raízes culturais,sociais,políticas e jurídicas.
A razão histórica dessa exploração é apontada pelo sociólogo Arim Soares do Bem,em seu livro A Dialétida do Turismo Sexual (2005).Para o pesquisador,o turismo sexual ocorre quando existem condições favoráveis nas culturas que enviam e recebem turistas.Sorares do Bem acredita que o modo depreciativo com que os europeus veem os demais povos colonizados é uma "justificativa" para a exploraçâo.
A hipótese do sociólogo é que,na visão dos europeus,o processo de colonização pelo qual passaram a América Latina e a Asia tornou as mulheres dessas regiões inferiores,exóticas e passíveis de exploração sexual.No Brasil,ao longo dos séculos essa postura foi confirmada na relação entre o homem branco,os índios e os escravos negros.Ao citar o famoso sociólogo Gilberto Freyre,Soares do Bem afirma que não há escrividão sem exploração sexual.
Seguindo essa lógica,se a visão do explorador é distorcida,a do explorado é muito mais.De acordo com especialistas,a mulher brasileira que se envolve voluntariamente com turismo sexual costuma ter uma noção ilusória sobre o europeu.Elas - geralmente negras ou pardas e de baixa renda-  veem na companhia dele a possibilidade de comer em bons restaurantes,ganhar roupas novas e até mes,p de casar e ter uma vida melhor num país desenvolvido.
Além disso,a parte explorada vê no homem branco um ser superior ao negro ou pardo com quem ela convive.Portanto,relacionar-se com alguém mais gentil e rico faz com que a pessoa explorada se sinta uma "princesa",mexendo com sua autoestima que,via de regra,é afetada por usa condição de vulnerabilidade social.
Cinderelas e o lobo mau - Essa triste relação foi também retratada no documentário Cinderas,Lobos e um Príncipe Encantado (2008),de Joel Zito Araujo.Em entrevista para a revista Raça Brasil,o diretor do longa-metragem disse que o discurso pró-consumismo reforçado pela mídia também alimenta o imaginário das pessoas exploradas.Para Joel,as mulheres e adolescentes iludidas com o turismo sexual veem na relação com o homem branco e estrangeiro a chandce de ter bens e marcas que supostamente lhes atribuiriam valor.
No retrato levantado por ele em capitais de grande fluxo de turistas,o diretor documentário identificou dois tipos de "gringos" que alimentam o turismo sexua.O "bem-intencionado",o  seja,aquele que se considera fracassado em seu país de origem por não ter ingressado na universidade e não fez sucesso com as mulheres de lá.Segundo Joel,esse turista guarda dinheiro e vem para o Brasil em busca de um "amor de verâo",que pode resultar em casamento.
O segundo tipo de "gringo",explica o cineasta,é o mal-intencionado.É o que engana as nativas com promesa de emprego fácil e casamento no exterior,mas cuja intenção é traficar ou explorar sexualmente essas brasileiras.Por isso,o diretor do documentário alerta que se envolver com o turismo sexual "é uma loteria". Um risco que nunca vale a pena correr.
Crime em rede - Evidentemente,a existência do turismo sexual pressupões o funcionamento de toda uma rede de cumplicidade.Para funcionar,esse sistema precisa da cooperação ou omissão de agências de turismo,hotéis e motéis,postos de gaoslina,casas de massagens,boates,taxistas,policiais e,sobretudo das famílias,no caso da exploração de crianças e adolescentes.
Afinal,esse é o terceiro negócio ilícito mais rentável do planeta.Só perde para o tráfico de drogas e de armas.Segundo a ONU,toda essa máfia macula anualmente a infância de 2,5 milhões de menores latino-americanos.No Brasil,cerca de 120 mil crianças são aliciadas para esse submundo.
O descado do poder publico e a conivência das famílias dos menores explorados ficaram claros,por exemplo,na reportagem investigariva veiculada no programa Conexão Réporter do dia 7 de junho de 2010.A produção do SBT,apresentado pelo jornalista Roberto cabrini,mostrou o retrato da prostituição infantil na Ilha de Marajó,no Pará,e em Campina Grande,na Para7ba.
Foram quatro meses de investigação para levantar imagens chocantes de meninas de dez anos que fazem sexo em troca de víceras de boi.No caso da região amazônica,a miséria das populações ribeirinhas e o isolamento geográfico facilitam o crime.Em Campina Grande,a cem metros de um prédio da Polícia Federal,as câmeras do programa flagraram o aliciamento de menores.
Talvez,o mais lamentável do todo esse quadro é a negligência e anuência das famílias.Na Ilha de Marajó,são as próprias mães que levam as filhas e filhos de barco até as balsas ond ehomens e mulheres pagam pelos serviços sexuais.Esse fato não é isolado.Segundo especialistas,a vida de exploração desses menores começa em casa,com abuso da parte dos pais ou de parentes próximos.
De braços abertos - Diante de um quadro tão devastador e socialmente complexo,o que poderia ser feito?A resposta seria um conjunto de ações,nos âmbitos da conscientização,prevenção e denuncia;da repressão policial e punição judicial;e do atendimento,acolhimento e reinserção social.Para tanto, é fundamental o esforç conjugado do governo,escolas,mídias,ONGs e igrejas.
Desde 2002, o papel da revista Quebrando o Silêncio e de todas as iniciativas ligadas à campanha pomovida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia é atuar na prevenção como forma primária de combate a todo tipo de violência ( www.quebrandoosilencio.org).O projeto também estimula a denuncia do abuso (Disque 100) e a busca de ajuda especializada.
Entretanto,os organizadores reconhecem que informação não resolbe tudo.Por isso,entendem que as mais de 10 mil congregações adventistas espalhadas pelo Brasil podem servir como comunidades de acolhimento para as vítimas da exploração sexual (www.encontreumaigreja.com.br).No campo da reinserção social e geração de renda,a Igreja Adventista também dispõe de uma rede escolar com mais de 450 unidades no Brasil (www.educacaoadventista.org.br)e uma agência que presta ajuda humanitária e mantém projetos de desenvolvimento social (www.adra.org.br).
Enfrentamento - Em nível governamental,a comissão Intersetorial para Engrentamento à Violência ligada à Secrearia Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica é a instância que reune debaixo de um guarda-chuva organizações civis e representações dos três poderes.Criada em 2007,ela é responsável por formular e propor políticas publicasd e enfrentamento a esse tipo de violência.No campo de combate ao crime e recuperação das vítimas,algumas ONGs se destacam por um trabalho sério.A Associação Curumins (www.curumins.org.br) usa o esporte e a arte para resgatar a autoestima das vítimas e a identidade de qume foi abusado em Fortaleza,CE.Para participar do projeto,o pré-requisito é que o adolescente esteja na escola.
Outra frente de atuação no combate ao problema é a conscientizar taxistas,bugueriso e profissionais da rede hoteleira de qua a omissão e cumplicidade também são crimes.Esse é o trabalho da ONG Resposta (www.resposta.org.br),em Natal,RN.A entidade promove campanhas e palestras em hotéis,bares e restaurantes,sugere pautas para a mídia e pressiona o poder publico.
O projeto Jepiara,expressão em tupi-guarani que signifia "defender-se",também segue essa linha.Liderado pela ONG Movimento Republica de Amaus (www.movimentodeemaus.org),em Belém,PA,as ações contemplam desde o acolhimento de 180 adolescentes e crianças até cursos e fiscalização da rede hoteleira.O projeto é feito em parceria com a Associação Brasileira de Hotéis e tem o objetivo de levar os estabelecimentos a assumir compromisso com um termo de conduta que visa coibir esse tipo de crime.
Quebre o silêncio - O trabalho digno de aplauso sessas ONGs e das instâncias governamentais que tratam o tema com a seriedade que ele merece,parece ser pouco diante de uma cadeia criminosa tâo complexa.O problema é estrutural,porque se aproveita da vulnerabilidade social de milhares de menores e porque tem raízes culturais na nossa herança de dominação e na ilusão de que a suposta sensualidade natural brasileira seja um patrimônio nacional.
Diante de tamanho desafio,você pode ficar desanimado e pensar que sua ajuda não é importante para reverter esse quadro.Não se engane!O fato de ter lido esse texto até aqui,de estar disposto a proteger sua família desse mal e de denunciar qualquer situação suspeita de exploração sexual já é um grande passo.O primeiro e o mais importante que você pode dar.
Cuidado com os atalhos
No tráfico de pessoas,um subproduto do turismo sexual,as vítimas são aliciadas por agentes que parecem confiáveis,mas que se condenam por oferecer muitas facilidades.Portanto,não acredite em:
1- Promessas milagrosas de emprego em outro Estado ou país;
2-Propostas repentinas de sucesso como modelo no exterior;
3- Mentiras sobre cursos profissionalizantes em cidades distantes;
4- Promessas enganosas de casamento com homens ricos;
5- Facilidades para "trabalhar"como garota de programa no exterior;
6- Oferta de trabalho como empregada doméstica longe de casa.
                      Fonte:Polícia Federal
O preço do programa
A exploração sexual de crianças e adolescentes é considerada um crime contra a vida.Ainda que haja consentimento da vítima,o contato sexual é entendido como uma violação passível de dez anos de prisão.Comete o crime quem paga pelo serviço e quem  intermedia ou facilita o encontro.
                    Fonte: Polícia Federal
O preço da exploração
Ter a infância ou adolescência violadas - períodos de formação dos valores e da identidade -  certamente traz consequências para toda a vida.
Conheça algumas:
1-Reduz a vítima a objeto sexual;
2- Destrói a infância;
3- Inverte os valores de família;
4- Inibe o desenvolvimento físico e mental;
5- Impede o acompanhamento escolar e a profissionalização.
6- Deforma o caráter;
7- Rebaixa a autoestima e a dignidade.
         Fonte: Polícia Federal
Disque 100
3 milhões de denuncias sobre os mais variados tipos de violência foram registradas,de 2004 ao início de 2013.
75% foi o aumento do numero de denuncias de 2011 para 2012.
600 denuncias foram registradas,em média,diariamente no ano passado.
       Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo
Quebrando o Silêncio
Marcos 16:15